terça-feira, 28 de junho de 2022

Pesquisa de Microbiota Aerógena

 Objetivos: Observar as colônias de bactérias que estão circulando no ar de determinado ambiente físico

 Princípio: As bactérias chegam em ambientes climatizados tanto pelo ar externo como também através do corpo humano, seu principal hospedeiro onde são expelidas através de tosses e espirros. Quando se expõe uma placa contendo meio de cultura, essas bactérias tendem a se desenvolver formando colônias visivelmente observável, após a incubação das placas a 37º.C por 24 a 48 horas.

 Material: placas contendo meio de cultura ( Ágar Mueller-Hinton); alça de platina, lâmina, lamínula, reagentes de coloração de Gram, microscópio e óleo de imersão.

 Metodologia: 

• Expor uma placa contendo ágar Mueller-Hinton no ambiente por 3 a 5 minutos 

• Incubar a temperatura a 37ºC por 24 a 48 horas. 

• Observar e anotar as características macroscópicas das colônias 

• Com uma alça de platina retirar um fragmento da colônia, colocar sobre uma lâmina e corar pela técnica da coloração de Gram;. Observar no microscópio em lente de 100X com óleo de imersão.


Para a realização do meio de cultura, realizamos a exposição da placa no banheiro feminino e também no bebedouro. 

Resultado da Prática de Bacterioscopia

 Na prática de Microbiologia do dia 22/06, realizada pelo Prof. Dr. Luis Carlos, diferenciamos, por meio de características morfotintoriais, as bactérias e fungos coletados no nariz, ouvido, boca e urina. Essas amostras foram coletadas em práticas anteriores. 


Essas amostras foram coletadas e separadas em meios de culturas diferentes, ex. Agar Mitis, Pour Plate e Agar Sangue. 
A aplicação dos meios de cultura, está ligada ao estudo do desenvolvimento de bactérias, fungos e vírus, em um meio artificial.

Ou seja, através da coleta e aplicação de um determinado componente, é possível analisar como ele age, e como funciona o seu crescimento. Dessa forma, definindo quais as vantagens e desvantagens da presença do material de estudo no seu produto final. A aplicação dos meios de cultura em um estudo, auxiliam na identificação dos microrganismos que podem provocar infecções, alergias e, até mesmo, a contaminação da água ou alimentos.

Por isso, a aplicação desse estudo se faz tão necessária. Pois, é através dos procedimentos de análise microbiológica que os componentes nocivos, são identificados.

Para determinar as características desses microrganismo, utilizamos as colorações simples e de Gram


Coloração Simplessão colorações nas quais se utiliza apenas um corante. Podem ser positivas - quando as células são coradas (ex: azul de metileno, safranina, cristal de violeta) - ou negativas - quando o meio é corado (ex: tinta da china, nigrosina). Esta colorações são usualmente utilizadas quando se pretende saber a morfologia e o arranjo das células.

Coloração de GramA coloração Gram inicia-se com a aplicação do corante cristal de violeta seguida da aplicação de uma solução de iodo. Nesta fase todas as bactérias estão coradas de roxo. As células são em seguida tratadas com uma solução de álcool e acetona. As células Gram positivas retêm o complexo cristal de violeta-iodo e permanecem roxas, enquanto as células Gram negativas são completamente descoradas pelas mistura álcool-acetona. Na última fase do processo aplica-se um novo corante - safranina - que cora as Gram negativas de vermelho. As células Gram positivas aparecem coradas de cor púrpura. Diferenças na constituição da parede celular dos microrganismos explicam estes diferentes comportamentos de coloração.

Fungo - Boca 


Bacilos Gram Negativos - Nariz












Cocos Gram Negativos - Urina


Cocos Gram Negativos - Ouvido







quinta-feira, 16 de junho de 2022

Bacterioscopia

A bacterioscopia é uma técnica de diagnóstico que permite identificar rapidamente e de forma simples a ocorrência de infecções, pois por meio de técnicas de coloração específicas, é possível visualizar as estruturas bacterianas no microscópio. Esse exame pode ser feito com qualquer material biológico, devendo ser indicado pelo médico qual o material a ser coletado e analisado, e o resultado indica se foi verificada a presença ou não de bactérias, bem como sua quantidade e características visualizadas.

A bacterioscopia é um exame de diagnóstico que pode ser utilizado para identificar rapidamente infecções bacterianas:

1- Doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia e clamídia, por exemplo, sendo utilizado para esse objetivo a secreção peniana ou vaginal;

2-Amigdalite, pois por meio da coleta da secreção de garganta é possível identificar bactérias gram-positivas responsáveis pela inflamação na amígdala, sendo normalmente identificada bactérias do tipo estreptococo

3- Infecções em feridas de cirurgia, pois é comum que ocorram infecções após operações devido à diminuição do sistema imune da pessoa;

4- Tuberculose, em que é analisado o escarro;

5- Lesões de pele ou de unha, que consiste na coleta de uma amostra superficial, sendo indicado não utilizar cremes e esmaltes pelo menos 5 dias antes do exame;

6- Infecções no sistema urinário, que é feita por meio da análise da urina de primeiro jato;

Como é feita:

O exame de bacterioscopia é feito em laboratório e o material coletado do paciente é analisado no microscópio para que seja investigada a ausência ou presença de bactérias, além de suas características.A preparação para fazer o exame depende do material que será coletado e analisado. No caso do material vaginal, não é recomendado que a mulher faça higienização 2 horas antes do exame e não tenha relações sexuais nas últimas 24 horas, enquanto que no caso da coleta de material da unha ou da pele, por exemplo, é recomendado não passar esmalte, cremes ou substâncias na pele antes do exame.

Como é feita a coloração de Gram: 

A coloração de gram é uma técnica de coloração simples e rápida que permite a diferenciação das bactérias de acordo com as suas características, permitindo diferenciar as bactérias em positivas ou negativas de acordo com a sua coloração, permitindo a sua visualização no microscópio.

Esse método de coloração utiliza dois corantes principais, um azul e um rosa, que podem corar ou não as bactérias. As bactérias coradas em azul, são ditas gram-positivas, enquanto que as em rosa são denominada gram-negativas.

O que significa o resultado:

O resultado da bacterioscopia tem como objetivo indicar se há presença ou ausência de microrganismos, características e quantidade, além do material que foi analisado. O resultado é dito negativo quando não são observados microrganismos e positivo quando são visualizados microrganismos. O resultado é normalmente indicado em cruzes (+), em que 1 + indica que foram visualizadas 1 a 10 bactérias em 100 campos, podendo ser indicativo de uma infecção inicial, por exemplo, e 6 + representa a presença de mais de 1000 bactérias por campo observado, representando uma infecção mais crônica ou resistência bacteriana, por exemplo, indicando que o tratamento não está sendo eficaz.

Objetivo: Fazer análise bacterioscópico de material biológico para reconhecer as características morfotintoriais das bactérias. 

Princípio: O exame bacterioscópico consiste em analisar um esfregaço de material biológico corado pelo método de Gram, onde se observa que as bactérias Gram-positivas, retém o corante cristal violeta e aparecem coradas em violeta-escuro; Bactérias Gram-negativas, perdem o cristal violeta quando tratadas com álcool, são então coradas com o corante safranina e aparecem coradas em vermelho. A caracterização das bactérias são feitas pela forma, disposição e comportamento tintorial.

 Material: Material biológico ( Secreções purulentas, urina, fezes, etc., ). Reagentes de Gram: sol. cristal-violeta 2%; sol. aquosa de iodo (Lugol); mistura álcool-acetona; sol. alcoólica de safranina1 , Lâminas: Suporte para lâminas; alça de platina; Bico de Bunsen; Microscópio; Óleo de Imersão. 

Método: 

• Preparar um esfregaço, fazendo movimento circular com swab na lâmina 

• Cobrir a área do esfregaço com a solução de cristal-violeta por cerca de 1min.; 

• Lavar com água corrente e escorrer o excesso de água; 

• Cobrir a área do esfregaço com a solução de iodo durante cerca de 1 minuto; 

• Descorar a lâmina com a mistura álcool-acetona, até que o solvente escorra incolor; 

• Cobrir o esfregaço com a solução de safranina1 por cerca de 30 segundos; 

• Lavar com água corrente; 

• Deixar secar ao ar e observar em lente de imersão (100X).

             


Técnica de Semeadura

 As técnicas de semeadura são o método pelo qual se transfere inóculos bacterianos de um meio de cultura ou material a ser analisado (secreções, alimentos) para um outro meio de cultura. Para garantir que apenas o microrganismo desejado seja semeado, são utilizadas as técnicas assépticas: procedimentos que devem ser adotados visando a não contaminação de materiais, meios e culturas.

Objetivo: Desenvolver as técnicas básicas de semeadura de material para isolamento de germes

 Princípio: Uma população microbiana, sob condições naturais, contém muitas espécies diferentes. Os microbiologistas devem ser capazes de isolar, enumerar, e identificar os microrganismos em uma amostra, para então classificá-los e caracterizá-los. Os microrganismos na natureza normalmente existem em cultura mistas, com muitas espécies diferentes ocupando o mesmo ambiente. Ao determinar as características de um microrganismo, ele deve estar em cultura pura, ou seja, em que todas as células na população são idênticas no sentido de que elas se originaram de uma mesma célula parental. Em laboratório, os microrganismos são cultivados ou desenvolvidos em material nutriente denominado meio de cultura. O tipo de meio utilizado depende de vários fatores :

 ➵Considerações sobre a origem do material a ser analisado 

 ➵Espécie que se imagina estar presente nesta amostra 

 ➵As necessidades nutricionais dos organismos 

Material: Alça de platina, meio sólido em placa (ágar Mueller-Hinton, ágar sangue, EMB, etc.,), tubos contendo 10ml de meio Mueller-Hinton, pipetas de 1ml, tubos com 4,5ml de salina estéril, alça de Drigalsky, bico de Bunsen, swab esteril, galeria para tubos de ensaio, placas de Petri estéreis, becker de 100ml com álcool, estufa a 37ºC, banho-maria a 100ºC, material biológico (saliva, sec. nasal, sec.ouvido, sec.orofaringe, fezes, urina, etc.).

Métodos: 

Técnica de Esgotamento

Transferir uma alçada da cultura para meio sólido em placa e estriar com a alça bacteriológica sobre o meio. A placa é dividida em 4 quadrantes e a inoculação pode ser feita de 2 tipos:
• 3 estrias: estriar em metade da placa, com movimentos de zig-zag. Quando atingir a metade, girar a placa 90° e estriar até a metade (1/4 da placa), girar mais 90° e estriar o meio restante.
• 4 estrias: estriar até 2/3 da metade da placa, girar 90°, estriar 2/3 do próximo quadrante (1/4 da placa),

girar 90°, estriar mais 2/3 do próximo quadrante (1/4 da placa), girar 90° e estriar o restante do meio.
Objetivo: obtenção de colônias isoladas. É importante não cruzar as estrias (não tocar a alça na estria anterior), para reduzir o inóculo a cada estria e obter as colônias isoladas. Pode-se, alternativamente, flambar a alça entre as estrias e tocar a ponta da estria anterior, arrastando um pequeno inóculo para a próxima estria.




Espalhamento "Pour Plate"
Transferir 1 ml da cultura para placa de Petri vazia, colocar 10 – 20 ml do meio fundido (e resfriado a cerca de 45 – 50°C) sobre a cultura e homogeneizar suavemente com movimentos circulares. 
Objetivo: contagem bacteriana. É utilizado também para análise de microrganismos anaeróbios, adicionando uma outra camada de meio fundido após o endurecimento da primeira camada.

Estria simples: transferir uma alçada da cultura para meio sólido em placa e estriar com a alça bacteriológica sobre o meio. A estria pode ser realizada em movimento de zig- zag (estria sinuosa) ou como uma linha reta sobre o meio (estria reta).

 Objetivo: Essa técnica é muito utilizada para visualização de determinadas propriedades metabólicas, como a produção de enzimas hidro líticas (hidrólise de substâncias do meio - gema de ovo, sangue...), e produção de pigmentos.

O que precisa ser feito para a execução de uma boa semeadura?

Para execução de uma boa semeadura, certas precauções especiais devem ser observadas pelo manipulador, com o fim de preservar a pureza do cultivo e minimizar os riscos de infecção ou intoxicação no Laboratório: 
• Todo processo deve ser feito em ambiente limpo e desinfetado, próximo de uma chama “azul” de um bico de Bunsen, ou então dentro de uma câmara de fluxo laminar;
 • Alça de platina utilizada para semear, deve ser flambada antes e depois da semeadura; 
• As placas semeadas devem ser incubadas com tampa invertida para não haver transpiração do meio sobre a tampa 
• Regular a entrada de ar do bico de Bunsen, para obter uma chama azul ( zona de esterilidade );
 • Os tubos ou recipientes com meios de cultura, estéreis ou com material a ser inoculado, deverão ser abertos ou manipulados, somente na proximidade da chama do bico de Bunsen (zona estéril); 
• As manipulações devem ser feitas, preferencialmente, por trás da chama do bico de Bunsen. 
 • As alças ou agulhas, de platina ou níquel-cromo, devem ser flambadas imediatamente antes e depois de qualquer transferência. Elas devem ser flambadas em todo seu comprimento, a partir de alguns centímetros do cabo de Kolle, até ao rubro, mantendo-as em posição vertical à chama do bico de Bunsen. Nunca iniciar a flambagem pela extremidade livre da alça ou agulha. Deixar esfriar nas proximidades da chama; 
• Passar, ligeiramente, dentro da chama do Bico de Bunsen, imediatamente antes e depois da transferência, pipetas graduadas estéreis, pipeta Pasteur, ou alça de Drigalsky; 
• Nunca abrir ou deixar aberto verticalmente os tubos ou frascos com culturas, incliná-los a aproximadamente em ângulo de 30º; 
• No caso de tubo com ágar inclinado, este deve ficar de preferência na horizontal. Flambar também a boca dos tubos ou frascos contendo culturas e meios, imediatamente antes e depois da transferência; 
• Nunca depositar a tampa ou tampão de algodão dos tubos ou frascos sobre a bancada ou mesa de trabalho; 
• Descartar pipetas usadas em recipientes contendo soluções detergentes ou desinfetantes;
 • Tratar de dispor o material de trabalho em posição adequada à fácil manipulação, sem riscos de acidentes ou trocas. Manter os tubos, alças e agulhas sempre na posição vertical, em suportes e estantes apropriadas; 
• Identificar adequadamente o material de trabalho.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Preparo de Meios de Cultura

 Material: Peptona, extrato de carne, ágar-agar, ágar Mueller-Hinton, Caldo BHI, sangue de carneiro 

desfibrinado, tubos contendo 10ml de ágar-base estéril PH-metron, placas de Petri estéreis, pipetas de 1ml 

estéril, balança, provetas. 

Equipamentos: Autoclave, cronômetro, Banho-Maria a 55ºC

Ágar Mueller Hinton

Composição (g/litro)

Infuso de carne .......300g

Casaminoácido .......17,5gc

Amido......................1,5g

Ágar .........................17g

pH final 7,3

Modo de preparação

 Suspender 38,0g em 1000ml de água destilada ou 

deionizada e aquecer até ebulição para dissolver completamente. 

Esterilizar em autoclave durante 10 min., a 15 Atm pressão 

(121ºC), esfriar a 50ºC e distribuir em placas de Petri.


•Utilização do Agar Mitis para o preparo do meio de cultura.


Utilização da Água + Agar Mitis para o preparo do meio de cultura.



• Esterilização do Agar na autoclave.


• Separação do meio de cultura.


• Finalização do Meio de Cultura Agar Mitis


Práticas de Coloração

 A coloração é uma técnica citológica utilizada em microscopia ótica que utiliza corantes com o objetivo de evidenciar diferentes partes na preparação. 

A coloração tira partido de os diferentes corantes atuarem de forma desigual sobre s várias zonas celulares. Os corantes ácidos (ex.: fuchsina ácida, eosina), por exemplo, atuam preferencialmente sobre o citoplasma da célula, enquanto que os corantes básicos (ex.: fuchsina básica, azul de metileno) atuam especialmente sobre o núcleo. 

Coloração Simples

A coloração simples tem bases físico-químicas. A impregnação de uma célula por um corante pode ser entendida a partir de fenômenos como a capilaridade, osmose, adsorsão e absorção. Mas, é sobretudo pela compreensão de certas reações de corantes de organóides, inclusões e estruturas celulares que firmam as bases desta metodologia. Desta forma é observada uma reação estequiométrica entre corantes e uma dada estrutura, por força da afinidade de suas cargas opostas. 

material: material biológico em suspensão, lâminas, lamínulas, microscópio, pipeta Pasteur (ou conta-gotas), corante (azul de metileno, verde malaquita, Giemsa, etc).

método: fazer um esfregaço com o material biológico. Esperar secar. Fixar ao calor. Cobrir o esfregaço com o corante. Esperar por 1 a 5 min. Lavar com água, secar e observar ao microscópio com abjetiva de imersão.


Preparação das Lâminas - Coloração Simples



Questões: 

 

1.       Os meios de cultivo e a idade da colônia exercem alguma influência na morfologia de células em coloração simples?

Sim, pois a forma das bactérias depende das condições fisiológicas dentro de um certo limite de viabilidade celular.

2.       A coloração simples se presta a identificação de uma cultura mista de microrganismos? Que observações poderiam ser obtidas?
O objetivo é apenas tornar a forma e estrutura básica das células mais visíveis. É mais frequentemente usada na verificação das características morfológicas das bactérias. Apresenta vantagens como: células mais facilmente visíveis após coloração, podem ser evidenciadas diferenças entre células de diferentes espécies ou dentro da mesma espécie pelo uso de soluções corantes apropriadas.

3.       Qual a aplicação da coloração simples no Diagnóstico Laboratorial de doenças infecciosas?
O objetivo dessa coloração no quadro de infecções é poder mostrar todo o microrganismo e suas particularidades como formas e estruturas básicas.

4.       Cite exemplos de Doenças Infecciosas e seu agente infecioso que são diagnosticados seguramente pela uma coloração simples?
 Histoplasma capsulatum nos fagócitos e nas células teciduais, parasitas no sangue, inclusões intracelulares formadas por vírus e clamídias, Trofozoítos de Pneumocystis jirovecii, algumas bactérias intracelulares.

5.       Cite alguns cuidados, a serem tomados para a execução satisfatória da coloração simples.
 O manejo correto do esfregaço, que deve estar fixado e coberto com a solução corante por aproximadamente cinco minutos, após o qual a lâmina é lavada com água e devidamente seca. As células geralmente se coram uniformemente. Usar um dos corantes: Cristal violeta, azul de metileno, safranina. Atentar-se para o uso de máscara, luva e touca para não contaminar o material biológico.


Coloração de Gram


Essa coloração permite classificar as bactérias em dois grandes grupos: as que retêm Violeta de genciana (Gram- positiva) e as que não retêm (Gram-negativa). Essa forma de coloração é útil para determinar a forma (cocos e bacilos), e o arranjo das células após a divisã celular (em forma de cacho, cadeias, sarcina etc.) 

Material: Reagentes de Gram: sol. cristal-violeta 2%; sol. aquosa de iodo (Lugol); mistura álcool-acetona; sol. alcoólica de safranina1 , Lâminas: Suporte para lâminas; alça de platina; Bico de Bunsen; Microscópio; Óleo de Imersão 

Método: 
• Cobrir a área do esfregaço com a solução de cristal-violeta por cerca de 1min.; 
• Lavar com água corrente e escorrer o excesso de água;
 • Cobrir a área do esfregaço com a solução de iodo durante cerca de 1 minuto; 
• Descorar a lâmina com a mistura álcool-acetona, até que o solvente escorra incolor; 
• Cobrir o esfregaço com a solução de safranina1 por cerca de 30 segundos; 
• Lavar com água corrente; 
• Deixar secar ao ar 


                                   


      Questões

1.        A coloração de Gram possibilita caracterizar as bactérias quanto ao comportamento tintorial (Gram- positiva e Gram-negativa), morfologia (cocos, bacilos, espirilos) e arranjo (em cacho, em cadeias, aos pares). Qual o significado destas informações para a medicina?

É importante porque auxilia no diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas.

2.        A coloração de Gram exerce alguma importância em diagnósticos clínicos de bactérias isoladas de infecções humanas e animais? Citar pelo menos um exemplo.

SIM, Algumas bactérias, tais como a NEISSERIA, apresenta características peculiares. Assim o achado de diplococcus Gram-negativos, intra e extracelulares em secreções pode sugerir uma GONORRÉIA, no caso da secreção uretral, ou uma MENINGITIDE, no caso do material for um LIQUOR.

3.        Empiricamente, Gram estabeleceu uma sequência para a aplicação dos corantes que integram a metodologia. Comentar os resultados possíveis de serem obtidos com as inversões da sequência referida no método.

Os microrganismos reagem de forma diferente ao método. Há pessoas que ainda retêm o pigmento característico do corante (cristal violeta) devido à complexação com solução de iodiodeto (lugol), apesar da lavagem com álcool ou acetona, fazendo com que a parede celular fique desidratada, reduzindo o grau de porosidade e  permeabilidade. São Gram positivos. E há tipos que permitem a remoção do pigmento colorante por lavagem com álcool ou acetona, retirando a gordura da parede, levando ao aumento da porosidade celular. Estes são Gram negativos. Ao tratar os dois grupos com um agente anti-coloração (safranina básica ou fucsina), observou-se que as células do primeiro grupo (Gram-positivas) não foram afetadas e permaneceram azuis ou roxas; enquanto  para outras células (Gram negativas), as células absorvem o contraste, tornando-as vermelhas.

4.        Sabe-se que se a parede celular é o sítio preferido pela fixação da reação de Gram. Fazer um esquema mostrando esta associação, para o caso típico de uma bactéria Gram-positiva.

A parede celular bacteriana possui características especiais em sua composição química. Esses dados coincidem completamente com a resposta para a reação de Gram. A presença de um maior teor de peptidoglicano em bactérias Gram-positivas mostrou ser um determinante da manutenção do complexo ao nível da parede. Tanto  que os fibroblastos, produzidos pela ação da lisozima ou pela ação da penicilina sobre as bactérias Gram-positivas, não conseguem reter o pigmento, após lavagem com álcool ou acetona. Assim, a reação de Gram é essencialmente o resultado da interação do complexo cristalino violeta ou violeta  e iodo, com o peptidoglicano da parede celular, em uma combinação ainda pouco compreendida em que a presença do ribonucleato de magnésio garante a coesão da parede celular.

5.        Sendo o Gram um método de coloração diferencial, como esta reação pode ser empregada para a verificação do estado de pureza de uma determinada cultura?

 A realização periódica do exame de uma cultura pura demonstra que todas as colônias apresentam a   mesma característica de fixação do corante.

6.        Comente o efeito da penicilina sobre a parede celular bacteriana, correlacionando-o com a reação tintorial de Gram.

A penicilina agem sobre a parede celular, causando ruptura e consequentemente altera todas as características morfotintorial observada na coloração de Gram.

7.        Comente a frase: “Uma bactéria Gram-negativa pode tornar-se Gram-positiva, dependendo do tempo de incubação da cultura, mas o inverso não é verdadeiro”

A característica tintorial de Gram-negativa é devido a presença da membrana externa, que pode ser perdida em certas condições de cultivo desfavorável, fazendo com que a bactéria apresente característica de Gram-positiva (roxa), mas o contrário não é possível porque uma bactéria Gram-positiva jamais adquire a membrana externa, ou seja, uma vez, Gram-positiva, sempre Gram-positiva.


Coloração de Ziehl Neesen 

coloração ou técnica de Ziehl-Neelsen, abreviada na literatura muitas vezes como ZN, é uma técnica de coloração de bactérias mais agressiva que a técnica de Gram, sendo usada em bactérias que não são bem coradas com esta técnica, como os bacilos da lepra e da tuberculose, as bactérias dos gêneros Mycobacterium e Nocardia, entre outros. Foi desenvolvida por Franz Ziehl e posteriormente melhorada por Friedrich Neelsen, no final do século XIX.



Método: 

▪ Fixar a lâmina com o calor; 

▪ Cobrir o esfregaço com fucsina fenicada; 

▪ Aquecer em chama até emitir vapores. A partir disto, iniciar a contagem de cinco minutos;

 ▪ Lavar suavemente a lâmina em água; 

▪ Colocar álcool-ácido clorídrico, até que o corante não se desprenda mais (cerca de dois minutos); 

▪ Lavar a lâmina com água; 

▪ Cobrir o esfregaço com azul-de-metileno (durante trinta segundos); 

▪ Lavar a lâmina com água; 

▪ Deixar secar e observar ao microscópio com a objetiva de imersão. 









Introdução ao Laboratório de Microbiologia

 O laboratório de microbiologia é responsável por caracterizar e também identificar os microrganismos presentes em vários tipos de amostras. A partir dessa identificação é possível melhorar os processos industriais e produzidos produtos de qualidade melhor. 


Na primeira prática, aprendemos sobre assepsia, desinfecção, esterilização e os componentes do microscópio. Vimos na teoria como manuseá-lo e logo depois, aplicamos esse conhecimento em prontos disponibilizados pelo professor Luis Carlos. Foi apresentado alguns instrumentos que são utilizados para a realização dessas práticas. Exemplo desses instrumentos são: 

Lâminas

A lâmina para microscopia é um pequeno retângulo de vidro transparente e sem imperfeições utilizado para depositar a amostra que pretende se observar ao microscópio. Geralmente possui a dimensão de 26x76 mm. Sua espessura vai de 1,00 a 1,2 mm e tem a opção de ponta lisa ou fosca. 




Autoclave

É um equipamento que fornece um método físico de esterilização, matando bactérias, vírus e até esporos presentes no material colocado dentro do recipiente por meio de vapor sob pressão. As autoclaves são uma parte crítica do controle eficaz de infecções, com uma infinidade de autoclaves para escolher. 
O princípio básico da esterilização a vapor, como realizado em uma autoclave, é expor cada item ao contato direto do vapor na temperatura e pressão necessárias pelo tempo especificado. Assim, existem quatro parâmetros de esterilização a vapor: vapor, pressão, temperatura e tempo. 




Balança
A balança laboratorial é um equipamento para medir a massa de um corpo. As balanças semi-analítica apresentam uma precisão igual ou inferior a 1 miligrama e se destina à análise de determinada grandeza sob certas condições ambientais. Algumas possuem e outras não apresentam capela de proteção de ventos. Não exigem tanta destreza no manuseio e condição de instalação específica como a balança analítica. 



Centrífuga
Centrífugas são equipamentos frequentemente encontrados e muito utilizados em laboratórios de análises, pesquisa, biotecnologia, indústrias e instituições de ensino para separar diferentes fases de uma amostra de maneira muito eficiente. O princípio é simples e mecânico, os materiais mais densos são separados dos materiais menos densos através da força centrífuga, diferenciando as partículas com densidades diferentes.



Estufa Bacteriológica 

É um equipamento que submete as culturas bacteriológicas à uma determinada temperatura, a fim de testar seu crescimento acelerado e, assim, compreender como funcionam os microrganismos.



Tubo de Ensaio

São recipientes de vidro alongados e cilíndricos, comumente usados em experiências com pouco volume.



Pipeta

É um material de laboratório muito utilizado, e sua função principal é transportar quantidades precisas de material líquido. São usadas, por exemplo, em diversos exames médicos e no estudo da biologia molecular.


Alça de Platina

Este instrumento é muito utilizado na área de bacteriologia, pois permite manipular e coletar colônias de micróbios, e passar para outros meios de cultura. Com auxílio da alça de platina pode-se obter colônias isoladas de culturas, utilizando a técnica do esgotamento.



Erlenmayer

É um frasco de vidro ou plástico que leva o nome do químico alemão, Emil Erlenmeyer. Sua utilização é vasta, podendo ser usado para misturas e soluções, mas a sua utilização mais comum é para a titulação, processo que determina a quantidade de uma determinada substância em uma solução.


Nós também analisamos um exame a fresco para realizar um diagnóstico etiológico.

Exame a fresco

É um método simples que pode ser realizado por qualquer profissional de saúde capacitado e que pode fazer o diagnóstico etiológico das vaginites mais comuns e vaginose, permitindo o tratamento mais adequado e iniciado o mais breve possível. 

material: material biológico em suspensão, lâminas, lamínulas, microscópio, pipeta Pasteur (ou conta-gotas).
método: Coletar uma gota do material biológico, colocar no centro da lâmina e sobrepor cuidadosamente (sem formar bolhas) uma lamínula. Levar ao microscópio e observar em objetiva de 40 vezes. Após a observação, desprezar a lâmina e lamínula em um frasco contendo detergente. 
Interpretação: Anotar o tipo de microrganismo (bactérias, protozoários, fungos ou leveduras), as formas e a motilidade. 






Introdução a Microbiologia


 A microbiologia é o ramo da biologia dedicado ao estudo dos seres microscópicos geralmente muito pequenos para serem observados a olho desarmado. A palavra microbiologia deriva de três palavras gregas - mikros "pequeno"; bios "vida"; logos "ciência". 

A microbiologia nasceu da especulação do homem sobre a origem da vida, sobre as fontes das doenças epidêmicas e transmissíveis, da putrefação da matéria e processos de fermentação.  Os estudos dos microrganismos contribui positivamente para o desenvolvimento da humanidade. A partir da descoberta das causas e formas de transmissão das doenças, além dos métodos preventivos como vacinas, medicamentos e soros, por exemplo, foi possível aumentar a qualidade e a expectativas de vida dos seres humanos.

O estudo dos microrganismos contribuiu positivamente para o desenvolvimento da humanidade. A partir da descoberta das causas e formas de transmissão das doenças, além dos métodos preventivos como vacinas, medicamentos e soros, por exemplo, foi possível aumentar a qualidade e a expectativa de vida dos seres humanos.

Outro benefício importante tem relação com a tecnologia de alimentos, por meio dos processos de conservação e fermentação dos produtos alimentícios. Além disso, a possibilidade de evitar patologias nos animais, bem como a microbiologia do solo, que permite a conservação dos fatores biológicos e uma degradação menor do solo, também foram importantes para a evolução de todos os seres vivos que compõem o planeta. 



A Microbiologia teve um grande avanço no período de 1857 a 1914, particularmente na Europa. Louis Pasteur estabeleceu a relação entre o processo de fermentação do vinho com microrganismos (no caso, as leveduras, organismos unicelulares pertencentes ao Reino dos Fungos) e, na busca de uma solução para um problema dos viticultores de uma região da França – a acidificação dos vinhos armazenados – relacionou essa deterioração com a contaminação por bactérias. Pasteur descobriu que, aquecendo o vinho a uma temperatura de 56ºC, os organismos que alteravam o gosto do vinho eram eliminados. Esse processo ficou conhecido como pasteurização, ainda hoje largamente utilizado na indústria de alimentos, principalmente como processo de conservação do leite.



                                                                  Os estudos de Robert Koch
um médico alemão, forneceram a primeira prova de que as bactérias eram a causa de determinadas doenças. Em 1876, ao pesquisar o carbúnculo , doença que acometia rebanhos de gado e ovelhas na Europa, Koch constatou a presença de microrganismos em forma de bastonetes no sangue dos animais infectados. Comprovou que o sangue dos animais doentes, injetado em ovelhas sadias, causava doença igual. Conseguiu também cultivar tais bactérias fora do corpo do animal, em soluções nutritivas.










Pesquisa de Microbiota Aerógena

  Objetivos : Observar as colônias de bactérias que estão circulando no ar de determinado ambiente físico  Princípio : As bactérias chegam e...